Profissional-preguiça

Sexta-feira passada comentei sobre organização no trabalho. Hoje, puxando o gancho nesse assunto, quero comentar sobre prazos e imprevistos. 

Não é raro você terminar um trabalho, ter o resto do dia livre e no outro dia ter uma fila de trabalhos, todos prioritários e você ter de compactar 24 horas em 8. Ou então, ter uma agenda programada com uma semana de antecedência e o cliente mudar todo o projeto diminuindo o prazo. 

O primeiro passo para cumprir todos os prazos é observar seus hábitos na empresa. 
Acessa a internet? Quanto tempo demora navegando na internet, lendo notícias, e-mails pessoais, ouvindo podcasts, pesquisando referências? 

A internet, quando utilizada moderadamente, é uma grande aliada para nós mas, pode se tornar nossa grande inimiga quando o uso é indiscriminado. Seu chefe, provavelmente, sabe que a internet reduz a produtividade de seus funcionários, mas restringir totalmente o uso é inviável na área editorial. 

Pode parecer que não, mas aqueles 10 minutos que tira pela manhã para ficar informado das notícias do mundo lá fora se tornam facilmente em 30 minutos, 50 minutos até a hora que seu chefe chega no trabalho, e isso pode levar horas. 

É realmente necessário acessar um site de notícias todos os dias, religiosamente? 

Eu sou contra, sou contra também o uso de instant messengers mas não acho justo o bloqueio total da internet a todos os funcionários apenas porque um não sabe se comportar como profissional e a empresa não pode criar diferenças entre colegas. 

Você acredita que não, mas seu chefe sabe exatamente quanto tempo demora cada tarefa e sabe também quando seu funcionário faz corpo mole.

Outro problema que pode prejudicar a sua produtividade é o profissional-preguiça. Aquele bicho que trabalha há mais tempo que você na empresa e faz corpo mole para entregar o material, sabendo que outros trabalhos virão em seguida. 

Já trabalhei com um profissional-preguiça e a experiência não foi muito boa. Senta que lá vem estória... 

Certa vez, acabara de entrar na empresa, super empolgada, fazendo mil planos com o primeiro pagamento e querendo absorver todo o conhecimento possível que meus colegas de trabalho poderiam me oferecer. Mas lá estava ele: o profissional-preguiça. Lembro-me que na minha primeira semana de trabalho ouço um resmungo mais ou menos assim: "Cuidado, aqui se você entrega um trabalho muito rápido, as pessoas tendem a entregar outro trabalho logo em seguida e com prazo menor" e "Você faz as coisas muito rápido, pára um pouco, respira, vá navegar um pouco na internet, assim você prejudica o meu lado, pô". Oi? Como assim? Eu estava sendo paga para dedicar 8 horas da minha vida à empresa, mas na minha visão, eu também estava sendo paga para aprender! Não, eu não era estagiária, mas eu sempre acreditei que, até para atravessar a rua, a gente aprender algo novo. 

Eu não escutava os lamúrios do profissional-preguiça até o dia que ele começou a atrasar os meus trabalhos por conta própria. Prefiro não detalhar as informações, mas isso me fez muito mal. Comecei a ter crises de estresse, passei a não confiar nas pessoas e o clima na empresa se tornou insustentável até eu pedir demissão. O funcionário-preguiça saiu logo em seguida pois toda a sua "esperteza" foi descoberta. 

Mas mesmo sendo boicotada na empresa, eu nunca atrasei um prazo, passava dias sem acessar minha caixa postal particular, não atendia celular no horário de trabalho, diminuia meu horário de almoço e algumas vezes levava trabalho para casa. 

Fui recompensada? Na empresa não, mas a sensação de dever cumprido era muito maior que qualquer recompensa. 

Hoje, talvez eu pense diferente quanto à recompensa, moro sozinha, tenho contas para pagar e dois gatos para alimentar. Mas essa experiência criou em mim um hábito de comprometimento com os prazos. 

Se eu recebo um trabalho hoje para finalizá-lo amanhã, e existe 1% de chance de conseguir cumpri-lo, eu não penso nos 99% restantes. 

Parece que não, mas o tempo que se perde reclamando do trabalho, do prazo ou do chefe é muito maior do que a gente pensa. Então não pense e faça!

Veja abaixo 5 dicas para melhorar sua produtividade e conseguir cumprir prazos e imprevistos.  

1. Observe quanto tempo leva para fazer certo tipo de trabalho, tome como base para calcular os próximos. 
2. Nunca deixe para amanhã o que se pode fazer hoje. Se receber um trabalho hoje, faça agora mesmo, pois daqui 5 minutos, outros poderão vir e aumentar a pilha de papel em sua mesa. 
3. Nunca se compare com outros funcionários. Cada um possui um ritmo de trabalho e seu colega do lado não pensa como você. 
4. Seja adepto do trabalho em equipe, mas não hesite em trabalhar sozinho se perceber que a equipe está prejudicando o andamento do trabalho. 
5. Mantenha um diálogo aberto e sincero com seu superior, somente ele poderá oferecer suporte quando precisar e se sentirá confortável e confiante quando te pedir um trabalho. 

E por fim, cuidado! Todos na empresa tem dois olhos, uma boca e dois ouvidos. TUdo o que você faz é observado pelos outros. Inevitavelmente todo mundo é rotulado e você não quer ser o profissional-preguiça, quer? 

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